quarta-feira, 21 de maio de 2014

para sempre vintchy um




Eu sei que ninguém vai acreditar nisso, mas estou tentando reviver este blog atendendo a pedidos. É sério.

Bom, eu disse que pra isso eu tinha que contar uma história, mas essa história vai ficar pra depois DE NOVO, porque agora eu quero reclamar muito nas rede social sobre, ó que difícil, a Forever 21.

Vou começar na pedância: eu fui nessa loja outras vezes, na Europa. Pra quem nunca ouviu falar a história, minha mala foi perdida entre o Brasil e a Irlanda e eu cheguei sensualizando sem roupa nenhuma pra passar vários dias. A solução? Penney's, a irmã irlandesa da Primark. Mas nem só de roupas de menos de 10 euros vive um guarda roupa e toda menina brasileira deslumbrada sonhava em pisar na Topshop, Urban Outfitters, Accessorize e Forever 21, eu incluída. O problema, na Irlanda, é que eu fui na Forever 21 assim que saí de uma loja chamada Dunnes, que era o paraíso da estampa, e eu nem gostei tanto assim. Não sou a maior fã de candy colors, tecido levinho e esvoaçante, color block, e era o que tava na moda no fim daquele verão. Não comprei nada.

Masssss provei muito. Como toda loja nova em que a gente entra, fica aquela dúvida de "que número será que eu uso aqui?". E tinha sempre uma pessoa pronta pra ajudar. A pessoa que controlava o provador também era super simpática, a loja toda com funcionários educados. Uma loja bonitinha e divertida de se visitar.

Aí eu fui pra Londres e nem todas as Penney's do mundo poderiam me preparar pra Primark da Oxford Street. Nunca saí de uma loja com uma sacola tão grande até aquele momento. Era amor. E por mais que H&M tenha ficado num segundo lugar bem próximo na escala de amor e de compras, nada poderia abalar o que eu sentia na Primark. E o melhor: eu via as ~blogueiras ricas~ postando Primark como se fosse Chanel e chorei limão ao ver que era possível comprar coisas bonitas por 2 libras. A maioria resiste até hoje, eu juro.

E num mundo improvável, em que eu não gostei de nada nas lojas de departamentos dos sonhos, entrei na Forever 21 já sem esperança. Minha.Santa.Rita.do.Passa.Quatro. Eu queria tudo. Foi uma coisa tão enlouquecida que até o menino do sexo masculino que estava comigo falou que ia comprar uma coca e dar um tempo na livraria lá fora, pra evitar a fadiga de me ver chorando limão pra tudo quanto era peça da loja. Falei pra moça que eu gostava de Hello Kitty e ela me levou numa área que tinha TUDO estampado de HK, carreguei os bracinhos e levei meia loja pro provador, um dos mais bonitos que eu já vi, com uma musiquinha boa, com luz boa, tudo bom. Fiz um intenso trabalho de escolha pra sair de lá com apenas 5 itens e feliz da vida.

Quando anunciaram que a loja vinha pro Brasil, eu fiquei emocionada. Lógico que tava mirando na loja da Oxford Street e tal, mas consciente de que pudesse ser mais pra do Jervis Shopping Centre. Ainda assim, eu tinha esperanças de reviver o amor no coração.

Sabendo da muvuca que se instalou no Morumbi Shopping por causa dessa lujinha, nem fiz muita questão de viajar pra isso. Mas quando a oportunidade de ir a São Paulo por outras razões apareceu e, sendo esse shopping ~do lado~ do casa (em termos), eu me programei pra chegar com o shopping abrindo. Evitar fila tanto na entrada quanto no provador e etc, aquela vibe guerra que atinge as mulheres em lojas supostamente baratas e coisa e tal. 

Vinte pras dez da manhã de um sábado, já tinha doida lá na frente se fotografando e fazendo fila. Eu só queria um frapuccino (por isso tava lá TÃO cedo) e segui meu caminho. Na loja mesmo eu entrei ali por 10:20h e, meu deus, o caos já estava em andamento.

Primeiro que fica uma fita na porta, com dois seguranças MUITO mal educados, que me encostaram (pfv, avisa com a garganta, mas não me encosta?) pra dizer que eu não podia entrar na loja com o bendito frapuccino na mão. Isso só acontece em lojão do centro da cidade aqui naonde eu moro, sabe? Fiquei com vontade de dar meia volta e ir gastar dinheiro na Renner, mas pensei "já que vim aqui de madrugada pra isso, vamo perseverar". Acabei minha bebidinha e voltei pra lá. Um milhão de mulheres entupindo araras como se atrapalhar a locomoção alheia fosse a melhor forma de garantir tudo pra si. E nada era especial. Um monte de tricô gordinho em tom pastel, um monte de estampa tribal, um monte de candy color (ainda), um monte de roupa em malha que você SABE que vai torcer a costura assim que for lavada em cores que eu não conseguia compreender, um monte de cotton (QUE.ANO.É.HOJE?), meias-calça tamanho único (pfv), uma coisa assim bastante esquizofrênica. Não gostei de nada e tava pronta pra sair deprimida, quando vi a escada que levava pro andar debaixo. Desci.

Um mezanino ou sei lá o que era aquilo cheio de roupa de... balada? Sei lá o que era aquilo. Tudo feio, mal costurado, cores horrorosas, um pesadelo. No meio disso, funcionários carregando seu peso em roupa e esbarrando em todo mundo, sem um pedido educado de licença, sem pedido NENHUM. 

Comecei a passear pelo andar que lembrava um pouco a imagem que eu tinha na cabeça. Estampas, cores que não doíam nos olhos, coisas diferentes das que a gente vê em qualquer loja em que a gente pise. Mas os preços... Tudo caro. Quer dizer, pra alegria que a gente espera de uma loja em que um jeans custa 10 libras, um suéter custa 15 e tal. Mas peguei lá três ou quatro pecinhas e fui pra fila do provador. Cheguei lá dentro e era igualzinho ao que eu lembrava e eu achei que era a hora do amor. Mas eu comecei a escutar a moça do provador falando com as outras meninas que estavam provando e, gente, que estupidez desnecessária. Você mal abre a porta da sua cabininha e já é bombardeada pelas perguntas: gostou? vai levar? dá pra sair porque não pode ficar matando tempo aqui no corredor? assim, bem suave mesmo. Mães esperando filhas e ouvindo que estavam atrapalhando. Amigas tentando olhar as peças das outras e ouvindo que estavam atrapalhando. Um horror.

Eu entendo que a loja esteja cheia, que as pessoas percam a paciência nas filas, mas os funcionários têm que ter jogo de cintura pra não acabarem com a sua vontade de ir à loja já na primeira experiência.

Na hora de sair do provador, não tinha ninguém pra pegar minha ficha e o que eu ia devolver, fiquei esperando. Uma senhora parou atrás de mim e também ficou esperando. Uma menina passou na frente de nós duas, saiu jogando as roupas todas, cabides, e prontamente uma funcionária apareceu pra atender, sem tomar conhecimento da fila que se formava. Eu e a senhora reclamamos, porque ficamos ali quase cinco minutos esperando e a funcionária disse que não podia fazer nada. Uma fofa. 

Larguei tudo lá e estava saindo da loja completamente frustrada, quando vi o suéter do começo do post. Faz tempo que eu quero uma blusa de gatinho e a quantidade de tempo que minhas coisas levam pra chegar da China me desanimam e eu acabei não comprando. Aí achei esse aí, SOZINHO, perdido no meio de um monte de blusa horrorosa. Provei no meio da loja mesmo, porque nem morta que eu entraria no provador de novo. Muito menos por causa da fila que por causa do atendimento. Serviu e era BEM quentinho. Pensei por um minuto na idiotice que era dar dinheiro pra uma loja tão ruim e pesei na balança de quanto eu queria a blusa. Fui pro caixa, que não tinha fila - não era surpresa nenhuma. Depois de sofrer no processo todo, só paga o absurdo que as coisas custam quem é deslumbrada ou imbecil. Me encaixo no segundo grupo. 

Fui atendida pela caixa mais mal humorada da história e, pelo exorbitante preço de 85 reais e uns quebrados, a blusa era minha.

Passei mais algum tempo no shopping, o suficiente pra notar uma sacola amarela na mão de 8 em cada 10 mulheres enfiadas lá dentro. E as que não estavam com sacolas perguntavam pras que estavam onde era a loja e se valia a pena mesmo. Quando perguntaram pra mim, fiz a minha parte e disse que era uma porcaria e eu só comprei porque eu não tenho juízo. E agora tô aqui gastando preciosas horas da minha noite pra dizer: economizem na roupinha e comprem uma passagem de avião. Vão numa das lojas do hemisfério norte. Se você não gostar de nada, dê meia volta e vá ver a paisagem. Se gostar, saiba que foi atendida com respeito e pagou um preço justo.

Porque enquanto a novidade durar, o shopping pode ficar forrado de sacolinhas amarelas. Quero ver daqui um ano, competindo com a experiência das grandes redes já estabelecidas e com o aliexpress de todo dia quanto tempo essa estupidez dura sem prejuízo pra lujínea.

Fica aqui minha dica de amiga pra vocês :P

Um comentário:

Marcelle disse...

Sou do Rio, e quando teve a exposição de Game of Thrones, aproveitei pra dar uma passada na F21, pq o evento foi no shopping da loja. Achei as roupas bem sem graça, porém, o preço tava ok.Mas, assim como vc, achei minha peça, amei um top pra ginástica que não machuca e tô usando como sutiã em casa. As bijuterias também estavam aproveitáveis, bem melhor que as roupas, sempre que uso qualquer das bijus que comprei lá, me perguntam onde foi... Vou torcer pra que venham coleções bacanas, mas sem aumento de preço